Obs. (1): este texto é baseado no vídeo (facebook) do filósofo Guilherme Freire, com o link no final. Fiz assim porque ele resume e demais as próprias explicações, e, se você leitor, notar alguma diferença entre este texto e o que ele expõe, deixe nos comentários.
Obs. (2): houve a minha necessidade de entrar em alguns poucos aspectos religiosos para um melhor entendimento do que eu preciso aqui.
O filósofo grego Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) fundou uma das grandes bases da metafísica, chamadas de atualidade e potencialidade, explicando mudanças e as várias formas de ser.
A potencialidade é uma possibilidade ou capacidade de uma coisa se tornar algo ou de adquirir certas qualidades. A atualidade seria a realização dessa capacidade ou possibilidade.
Se você segura um objeto, ele tem a possibilidade de cair. Se você o soltar, Aristóteles chamaria de atualização da potencialidade, ou seja, a passagem da potência ao ato, no qual ele denominaria de movimento.
Não se trata de um movimento como a Física denomina, é de caráter mais geral: uma fruta que apodrece é um movimento.
Sendo que para ele tudo está em movimento, acontecendo, e, completo, dois corpos em repouso um em relação ao outro, foi necessário que pelo menos um atingisse o repouso em relação ao outro, e, então, tudo o que vemos está se passando da potencialidade ao ato.
P = potencialidade
A = atualidade
Então, a notação P-A.
Esses conceitos são usados para analisar movimentos, causalidade, ética e fisiologia na filosofia de Aristóteles, formando a chamada teoria do ato e potência. Eles também tiveram uma influência significativa na filosofia medieval e continuam a ser importantes na discussão filosófica contemporânea.
No vídeo, o filósofo Guilherme Freire, utiliza desses argumentos metafísicos para “provar” a existência de Deus no surgimento do universo e de tudo o que veio depois, inclusive nós, é lógico.
Ele diz ser esta ferramenta a correta para tanto porque não podemos utilizar o método científico, algo que concordo, mas na argumentação por ele proferida, houve uma certa confusão.
Guilherme argumenta que se precisa de algo real, como na queda do objeto, anterior à potência, à potencialidade, para que esta se atualize.
Segundo ele, “A sequência natural no surgimento do universo seria A-P-A e não P-A!”, pois é necessário que exista algo em ato para existir a potencialidade para depois se atualizar como dito acima. Se fosse só potência não se realizaria nada. Mas então ele fala do universo no qual tudo tem que ter uma causa, uma coisa gerando outra.
Diz ainda que pode ser algo de dentro ou de fora do “sistema”, e, a conclusão a que chega seria em algo anterior à matéria, à energia, ao tempo, não dependente do espaço e inclui a ordem e o acaso existindo em conjunto no universo. O acaso não vem em inteligência, é aleatório, mas a ordem precisa de algo inteligente para existir.
Então, o ato original, eterno porque não está em movimento, vem em ato puro, pura existência, chamado assim pelos filósofos medievais além de Aristóteles, sendo o princípio de ordem pois gerou toda a ordem do universo após a própria expansão, e sem o tempo, então sendo eterno, matéria, energia, forças, campos etc., “é exatamente o conceito de Deus”, expressando-se nestas palavras.
Existe um problema aí que muitos conhecem: de 0 s até 10^(-43) s da expansão do universo, formaram-se campos, forças, partículas, a diferenciação das quatro formas de energias, matéria, tempo e espaço. E apenas ali a causa e efeito surgiriam, como, após tudo concluído, o método científico teria o seu devido lugar.
Talvez um dia conheçamos o que era aquilo, mas não houve nada anterior porque não havia tempo. E dizer em eterno é incluir o tempo!
E aquilo era algo, por enquanto inconcebível, não precisando de nada divino a formá-lo.
E agora o argumento religioso, sendo muito simples: ele se refere a Deus, do Cristianismo, mas, e a outros filósofos estudando Aristóteles e adeptos das outras milhares de religiões, inclusive politeístas?
Simplesmente quem criou o universo seria uma salada de deuses, tendo cada religioso puxando a sardinha para o próprio lado, em muitas diferenças na criação.
Por isso gosto da ciência; ela é única!
Vídeo - Link:
https://www.youtube.com/watch?v=hHHcYLXuZR4
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