Argos Arruda Pinto

Argos Arruda Pinto

Blogs meus:

- "Neurorreligação" - Um novo termo científico entre a Psicologia e a Neurociência
https://neurorreligacao.blogspot.com/2016/10/neurorreligacao.html

- In english: "Neuro-reconnection"
https://neuro-reconnection.blogspot.com/

- "O Relativismo Religioso como eu o vejo: as muitas diferenças entre as religiões"
https://orelativismodasreligioes.blogspot.com
- "O Sal da Terra"- O Hino Ecológico
https://osaldaterraohinoecologico.blogspot.com.br

Áreas de maior interesse:
- Física
- Neurociência
- Psicologia
- Psicologia Evolucionista
- Antropologia
- Origem da vida
- Evolução
- Relativismo Religioso


sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Sobre fé e pirâmides: acredite mais no homem!

Introdução 

Por que os egípcios construíram aquelas enormes pirâmides? Como cortavam aquelas pedras e como as conduziam para alturas de aproximadamente 146 m na maior delas, a pirâmide de Quéops ou a Grande Pirâmide?
  
São comuns até atribuições a seres alienígenas nesses grandes feitos, mas a maioria das pessoas deixam de fazer pesquisas procurando respostas e elas não sabem da diferença entre nós, hoje, e a de povos antigos, de não ser a capacidade cognitiva e sim o fato de recebermos conhecimentos prontos desde a mais tenra idade até o ensino superior. E depois também. Já os antigos precisavam utilizar a pouca tecnologia disponível e muita imaginação, algo subestimado em relação a eles. 

::::: 

A região do Rio Nilo desde a época dos homens caçadores coletores sempre foi um verdadeiro oásis, concentrando-se pessoas e começando uma civilização na qual, protegidos pelos desertos da Líbia, à esquerda, à direita o deserto oriental africano, o Mar Mediterrâneo acima e as selvas africanas abaixo, pôde se desenvolver socialmente e politicamente, chegando a uma população de até oito milhões de pessoas ao longo de centenas de quilômetros de extensão. Foi uma das primeiras e uma das maiores civilizações da antiguidade. 

Como em outras regiões do planeta, eles descobriram as técnicas de plantio. Mas o Nilo transbordava de tempos em tempos, as chamadas cheias do Nilo, estragando as plantações e tendo os egípcios a dura tarefa de começar de novo sem saberem quando outras enchentes estariam pela frente. 

Naquela época a Astronomia consistia em uma Ciência puramente de observações e registros das estrelas, da Lua e do Sol, de suas posições no céu, pois não tinham instrumentos a investigar mais a fundo o escuro espaço à noite pontilhado de estrelas. Astrônomos dedicavam décadas de suas vidas ao registro sistemático dessas posições e, por talvez um lance de muita sorte, um deles percebeu a presença da estrela Sírius, a mais brilhante do céu, para eles outro nome, "Sopdet", situando-se próxima ao horizonte de onde ele ficava na época das cheias.* Isso sem falarmos dos planetas Vênus, Saturno e Júpiter, mais brilhantes, só que com posições muito variadas pois são planetas, estão mais próximos, e eles não sabiam. Então esse astrônomo contou quantas noites se passavam até Sírius aparecer novamente próxima ao horizonte. Qual não fora o resultado da contagem? 365 vezes! Sim, a base do nosso calendário! 

Tendo esse conhecimento, os egípcios começaram a fazer canais a irrigar as plantações durante essas enchentes e, além de areia, encontravam pedras em suas escavações. Aprenderam durante dezenas ou centenas de anos a trabalhar aquelas pedras e, com isso, começaram a construir templos, mastabas, e... pirâmides! Destas duas, as mastabas eram túmulos de nobres e faraós e, a Grande Pirâmide, entre outras, túmulo para um só faraó. 

Existe uma gravura (1) na cidade de Tebas, uma das capitais do reino egípcio e uma das mais importantes daquelas épocas, datado de 1.500 a. C., onde se exibe um grupo de trabalhadores, nivelando uma pedra para algum fim. Os escopros mostrados ali são instrumentos com metal cortante, parecidos com os pequenos machados de hoje e serviam para cortar as rochas, enquanto os maços eram instrumentos utilizados na nivelação das pedras. 

Muitos mitos surgiram a respeito dessas pedras. Uma agulha não penetraria no vão entre elas denotando uma tecnologia "extraterrestre". Ora, uma agulha encontra um pouco de rugosidade entre as pedras e não avança mais.
  
Uma questão importante e também muito mal pesquisada e, digo eu, não imaginada por quem não procura por respostas racionais, seria o deslocamento das pedras e o fato deles chegarem ao alto desses grandes edifícios. 

As pedras não tinham todas, 15 toneladas ou mais como muitos dizem, e, sim, de 2 a 3 toneladas cada uma em sua grande maioria. Já vi gravuras egípcias em livros, e até peço desculpas ao leitor por não colocar aqui alguma referência, de pedras sendo deslocadas em cima de vários caules roliços de árvores, com vários homens a puxando com uma corda, e, outros, incumbidos de pegarem os caules que ficavam para trás e os colocando na frente. E ainda uma mulher jogando um óleo de palmeira nativa das margens do Nilo a promover um deslizamento das pedras nos caules.
 
Em um site de um jornal na internet (2) descobri o seguinte relato também com respeito ao deslocamento de estátuas e pedras: "Os egípcios colocavam os blocos e as estátuas em trenós puxados por trabalhadores sobre a areia do deserto. Na frente de um trenó carregado, a água ia sendo derramada sobre a areia, de modo a tornar a terra bem firme" ... "Na presença da quantidade correta de água, a areia do deserto molhado é cerca de duas vezes mais dura do que a areia seca. E o trenó desliza muito mais facilmente sobre a areia molhada, simplesmente porque a areia não se acumula na frente do trenó como faz no caso da areia seca".
  
E para conduzi-las ao alto das pirâmides? Eles utilizavam de planos inclinados pois tinham a matéria-prima necessária a conduzir as rochas através deles, acima e a qualquer lado ou inclinação, elevando e desfazendo quando queriam: areia! Existe quase um consenso hoje da realização de planos inclinados em espirais com ângulos retos nas laterais das mesmas; o resto foi como eu disse nos dois parágrafos anteriores.
                                                                 
Outra questão fala da distância dos locais onde se trabalhavam as pedras até as pirâmides. Grandes ou não, essas distâncias seriam vencidas por barcos. Uma civilização de milênios às margens do Nilo teria barcos nesse sentido. 
.
Mas o mais importante fato deixado por mim para o final deste artigo e sendo a resposta da primeira pergunta na "Introdução", tem a ver com algo não muito comentado. As pirâmides foram construídas por um ato de fé! Sim, a fé. Como assim? 
.
Os faraós, pela religião politeísta dos egípcios, eram considerados filhos de deuses na Terra, ou seja, deuses também. Como disse o grande historiador estadunidense Edward Mcnall Burns: "O faraó era o representante vivo da fé na terra e, através da sua lei, mantinha-se a lei do deus. Prevalecia, também, a crença de que a mumificação do corpo do faraó e a sua conservação em um túmulo eterno contribuiria para a eternidade da nação". (3) 

Dezenas, centenas de milhares de egípcios, ou milhões no total, durante mais de 20 anos, participaram da construção de Quéops, cedendo dias dos seus respectivos trabalhos individuais em louvor ao faraó. Essa fora a grande força impulsionadora de tamanho evento. 

A fé é um sentimento puro, mas canalizada nas reflexões e orações aos valores religiosos da própria religião dos seus adeptos. A intensidade emocional desprendida em orações e/ou reflexões nos valores religiosos de cada religião é igual a todas elas.  
Imagine o que nós, cristãos, não faríamos por Jesus Cristo se Ele estivesse vivo em carne e osso, em algum lugar na Terra, HOJE?                   
             
      
Nota: 

(*) Existem algumas dúvidas se era realmente Sírius, mas havia sim uma estrela bem registrada por eles próxima do horizonte, na mesma direção e sentido sempre, pouco antes das cheias.  


Referências 


2 - Paulo Gurgel Carlos da Silva. GGN. Disponível em: < https://jornalggn.com.br/noticia/o-truque-egipcio-para-transportar-pedras-para-as-piramides >. Acesso em: 19 dez. 2018.  
                                                                                                                      
Editora: Globo. 1977. p. 69-70. Disponível em: < https://cesarmangolin.files.wordpress.com/2010/02/burns-historia-da-civilizacao-ocidental-vol1.pdf >. Acesso em: 20 dez. 2018.

Nenhum comentário:

Postar um comentário