Escrito em: 28/06/2011.
Revisado em: 18/09/2018.
Você
pode escrever um sem número de frases definindo o amor, e um conceito,
pelo menos, estará explícito ou implícito em todos eles: união! Frases
relacionando esse forte sentimento as nossas alegrias, felicidade,
tristeza, saudades, estados dos mais diversos em êxtase ou "para baixo",
pensamentos positivos ou negativos, etc., estarão conectadas entre si
através do sinônimo "ligação" entre as pessoas.
Você
já ouviu falar de neurotransmissores? Talvez sim, mas muito pouco. E
conexões sinápticas entre neurônios com a presença de
neurotransmissores? Difícil, hein? E eu poderia citar mais termos
científicos levando
muitas pessoas, como você, a ficar com a cabeça cheia e até com raiva
de mim! Calma, estamos no domínio de uma ciência relativamente recente
denominada neurociência, a ciência do cérebro.
"Mas
o que tudo isso tem a ver comigo", alguém perguntaria. Respondo: tudo.
Tudo porque ela explica de onde vêm e porque existe o nosso mais
poderoso sentimento. Sim, claro, o amor.
Se existe alguma dúvida entre os cientistas na qual o amor é proveniente do nosso cérebro, agindo decisivamente na perpetuação de nossa espécie humana na Terra, creio eu,
em pouco tempo essa dúvida desaparecerá. Mas o problema continuará a
desafiar as mentes dos leigos por duas razões: a influência das
religiões com seus "conceitos" e a falta de conhecimento e / ou
aprofundamento didático por parte desses leigos.
Nesta altura do texto você já se lembrou, tenho certeza, da Teoria da Evolução, de Charles Darwin. Mas mesmo não acreditando nela, não há problema algum, alguns fatos dela já são comprovados e cabem aqui.
Por que um animal, um mamífero, não deixa sua prole sozinha? Insetos, peixes e répteis deixam, abandonam seus filhotes já caminhando, nadando, etc., pelo ambiente ao redor logo ao nascimento.
Eles já nascem prontos para tanto. Mas existe algo ligando os mamíferos
com a sua prole, indefesa, nos primeiros anos de vida e, tão complexo
ainda, é a ligação dos humanos entre si. Um cérebro mais complexo em
conexões lógicas precisa de uma maior complexidade em... Sentimentos!
Quando escrevi o artigo "A Base Material dos Sentimentos" (1) na revista eletrônica de neurociência Cérebro & Mente, achei, antes, destinado
a um público leigo. Engano, as pessoas não o entendiam e foi, para a
minha surpresa, publicado nessa revista tão especializada em
neurociência. Seguiu-se o artigo 02, sequência deste primeiro e "O
Porquê dos Nossos Sentimentos", 01 e 02. (2)
Achei melhor escrever de um modo mais simples.
Então
qual é a razão da existência dos nossos sentimentos, o amor? Sem eles
não sobreviveríamos no planeta. Nem as aves, também possuindo
sentimentos, mas não em um grau como em nós. São diferentes. E parece
que estou negando tudo o que o amor é e representa para nós em sua
complexidade em termos de defini-lo. Por exemplo, em um nível alto de
romantismo, você me perguntaria porque então somos desejosos de
possuirmos um grande amor, grandes paixões, por que somos assim?
Acontece algo curioso conosco: temos não só inteligência, mas também
consciência, levando-nos a querer passar por fortes sentimentos e
emoções, sendo parte importante da nossa vivência, da nossa experiência
de vida, do puro deleite, satisfação e prazer com tudo isso! Quem não quer? Na verdade, esse fato pertence a nossa busca de bem-estar e felicidade, um ponto alto em nossa evolução, muito bem explicado no livro "E o cérebro criou o homem", (3) do neurocientista António Damásio.
De outra maneira o
amor tem que ser complexo (apenas simplifiquei um pouco), como outros
sentimentos como a fé, por exemplo, porque somos dotados de uma
racionalidade poderosa. Um não poderia evoluir sem a evolução do outro.
Enquanto você recebe informações do seu ambiente através dos seus
sentidos, sua mente está sempre as processando e você irá reagir a
muitas dessas informações, na forma de comportamentos variados, nos quais os seus sentimentos e emoções terão que ser complexos também, para esses mesmos comportamentos, respostas, serem complexos, e essa é a base da nossa perpetuação como espécie humana.
Não
há como imaginar um cérebro com um alto processamento de informações,
incluindo a memória, com um lado emocional fraco, muito mais fraco, por
exemplo, em relação às pessoas limítrofes. Tal sistema não seria possível.
Cairemos sempre em uma explicação científica.
Mesmo você achando a Teoria da Evolução, errada, incompleta, tudo isso falado aqui está ligado com a nossa
sobrevivência e procriação com um enorme cuidado e dedicação aos
filhos. Filhotes aos outros mamíferos. Ou seja, as bases da nossa
evolução, sentido da vida e condição humana.
Até se você dizer que os nossos sentimentos existem para estarmos juntos a Deus, você se refere a um
bem, ou seja, você estará contribuindo com a sua mente e seu corpo para
uma vida mais saudável. E então maior possibilidade de procriação...
O amor sempre foi sim a maior ligação entre os seres humanos para termos filhos, formarmos famílias, amigos e sociedades. Perpetuação da nossa espécie. Darwin, Neodarwinismo ou "Pós-neodarwinismo".
Referência:
Observação: "este artigo possui na sua maior parte como referência o livro 'Os Dragões do Éden' do Carl Sagan."
Carl Sagan. Os Dragões do Éden. Editora Random House. Estados Unidos. 1977 (primeira publicação).
Observação: "este artigo possui na sua maior parte como referência o livro 'Os Dragões do Éden' do Carl Sagan."
Carl Sagan. Os Dragões do Éden. Editora Random House. Estados Unidos. 1977 (primeira publicação).
1 – Argos Arruda Pinto. A base material dos sentimentos. 2001. Disponível em: < http://www.cerebromente.org.br/n12/opiniao/sentimentos.html >. Acesso em: 18/09/2018.
2
– Argos Arruda Pinto. O porquê dos nossos sentimentos – 01 e 02.
Sistemas, teoria da evolução e neurociência. Disponível em: < http://sistemaevolucaoneurociencia.blogspot.com/2008/ >. Acesso em: 18/09/2018.
3 - António Damásio. E o cérebro criou o homem. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
3 - António Damásio. E o cérebro criou o homem. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
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