É impressionante a sabedoria, a
consciência desse poeta brasileiro porque, em um trecho ele se refere ao fato
da consciência ter consciência de si própria. É a frase: "... E
vejo-o ainda, igual a um olho, Circularmente sobre a minha rede". A autoconsciência...
O morcego
Meia noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vêde:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
"Vou mandar levantar outra
parede..."
— Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o tecto. E vejo-o ainda, igual a um
olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh'alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele
entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
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Poetry of consciousness - The bat < http://neuconblog.blogspot.com.br/2016/03/poetry-of-consciousness-bat-augusto-dos.html>
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