Argos Arruda Pinto

Argos Arruda Pinto
Facebook: Grupo Artigos de Física e Matemática - https://www.facebook.com/groups/424941321692611

Facebook:

Facebook: Grupo Publicações de Neurociência Cognitiva e Neurofilosofia - https://www.facebook.com/pubneurocognitiva

terça-feira, 20 de maio de 2025

Talvez o primeiro ser vivo na Terra, o LUCA

LUCA (do inglês, Last Universal Common Ancestor, ou Último Ancestral Comum Universal) é o organismo hipotético que se acredita ser o ancestral de toda a vida na Terra. Embora não tenhamos evidências diretas de sua existência, cientistas inferem suas características comparando os genomas e as características bioquímicas de todos os organismos vivos atualmente.

Aqui estão algumas das principais características atribuídas ao LUCA:
  • Idade e Período de Existência: Estima-se que LUCA tenha vivido há aproximadamente 3,5 a 4,2 bilhões de anos, num período relativamente próximo à formação da Terra (que ocorreu há cerca de 4,5 bilhões de anos).
  • Organização Celular: LUCA era um organismo procarionte, semelhante a uma bactéria, porém mais complexo do que se pensava inicialmente. Era um organismo unicelular com um invólucro lipídico que compartimentalizava seu metabolismo.
  • Material Genético:
    • Possuía DNA como seu material genético principal, armazenando e transmitindo informações hereditárias.
    • Tinha um código genético universal e definido, o mesmo que usamos hoje (com poucas variações). Isso significa que as mesmas sequências de bases nitrogenadas (códon) codificavam os mesmos aminoácidos.
    • Utilizava RNA para a síntese de proteínas (através de ribossomos e RNAs transportadores), um processo fundamental para todas as formas de vida conhecidas.
  • Metabolismo:
    • Era anaeróbio, ou seja, realizava respiração sem a presença de oxigênio. Isso faz sentido, já que a atmosfera primitiva da Terra era pobre em oxigênio.
    • Provavelmente era heterotrófico, necessitando consumir moléculas orgânicas do ambiente para obter energia e nutrientes. Algumas teorias sugerem que ele poderia ser um acetogênico organo-heterotrófico, consumindo moléculas orgânicas do ambiente para suas reações químicas. Outras possibilidades, embora menos aceitas para o LUCA, incluem a quimiossíntese.
    • Possuía vias metabólicas universais que são encontradas em todos os organismos atuais.
    • Utilizava os 20 aminoácidos padrões e L-aminoácidos.
    • Utilizava D-carboidratos.
    • Produzia e utilizava ATP como molécula energética, assim como ocorre em todas as células modernas.
  • Habitat: Acredita-se que LUCA habitava ambientes extremos, provavelmente em fontes hidrotermais no fundo dos oceanos. Esses ambientes eram ricos em energia química e protegidos das condições severas da superfície da Terra primitiva.
  • Outras Características:
    • Já possuía um sistema imunológico rudimentar, semelhante ao encontrado em bactérias modernas (como o sistema CRISPR, que usamos para edição genética hoje), o que sugere que já enfrentava interações com vírus.
    • Estimativas recentes sugerem que o LUCA possuía um genoma relativamente grande, com cerca de 2.600 genes de codificação de proteínas que podem ser rastreados diretamente.
A reconstrução do LUCA é um trabalho contínuo e desafiador para os cientistas, que buscam desvendar os mistérios da origem da vida na Terra através da comparação de genomas e da compreensão das vias metabólicas mais conservadas entre os seres vivos.

segunda-feira, 12 de maio de 2025

A ciência das emoções: uma questão de cérebro e não de sobrenatural

 A origem de nossos sentimentos e emoções é um tema que intriga a humanidade há séculos.

A ciência, especialmente a neurociência, nos oferece uma perspectiva mais concreta sobre essa questão. Hoje, a maioria dos estudos indica que nossos sentimentos e emoções são resultado de complexas interações entre diferentes regiões do cérebro.

Como isso acontece?

  • Estímulos: Tudo começa com estímulos do mundo exterior ou de nossas próprias memórias.
  • Processamento: Essas informações são processadas em diversas áreas do cérebro, incluindo o sistema límbico, que é fundamental para as emoções.
  • Resposta: Em seguida, o cérebro gera uma resposta que envolve:
    • Experiência subjetiva: A sensação consciente da emoção.
    • Respostas fisiológicas: Aumento da frequência cardíaca, sudorese, etc.
    • Comportamento: Expressões faciais, postura corporal, etc.

É importante ressaltar que:

  • As emoções são universais: Embora a cultura possa influenciar a forma como expressamos nossas emoções, as emoções básicas (alegria, tristeza, medo, raiva, nojo e surpresa) são universais entre os seres humanos.
  • O cérebro é plástico: Nossas experiências moldam o cérebro, e as emoções desempenham um papel fundamental nesse processo.
  • A genética também influencia: A predisposição para determinadas emoções pode ter um componente genético.

Em resumo:

Embora a experiência de sentir seja profundamente pessoal e subjetiva, a ciência nos mostra que nossas emoções têm uma base biológica. As atividades cerebrais são as grandes responsáveis por gerar e regular nossos sentimentos. A ideia de que as emoções sejam produzidas por forças sobrenaturais, embora presente em muitas culturas e crenças, não encontra respaldo nas evidências científicas atuais.